O projeto “O teletrabalho no contexto da transformação digital: Uma perspetiva integradora do passado, presente, futuro e stakeholders”, coordenado por Sónia P. Gonçalves, emergiu com o objetivo geral de proporcionar uma visão abrangente da experiência de teletrabalho. Nesse sentido, o projeto incorpora as perspetivas de diversos stakeholders e abrange um quadro temporal que se estende do período anterior à pandemia até ao pós-pandemia. O projeto integra uma revisão sistemática de literatura, entrevistas a responsáveis pela gestão de recursos humanos na administração pública e no setor privado, e entrevistas a trabalhadores/as com experiências de teletrabalho antes, durante e após a pandemia.
Na fase pré-pandemia, a investigação tem foco nos fatores organizacionais e tecnológicos influenciadores do teletrabalho, a experiência de teletrabalho era menos stressante, associada a qualidade de vida, as práticas de gestão de recursos humanos (GRH) maioritariamente presenciais. Durante a pandemia denota-se a Investigação com foco no bem-estar dos teletrabalhadores, na interdependência das tarefas e na adaptação a novas tecnologias, o teletrabalho experienciado como uma sobrecarga e experiencou-se a digitalização ou suspensão das práticas de GRH. No período pós-pandemia, continua o foco no bem-estar dos teletrabalhadores, na interdependência das tarefas e na adaptação a novas tecnologias, a experiência de teletrabalho volta a ser positiva e as práticas de GRH são digitais e presenciais.
Alguns resultados mais detalhados:
O que tem sido estudado na literatura?
No período pré-pandémico, os estudos destacaram diversos fatores que influenciam o teletrabalho, desde organizacionais a tecnológicos. O período pandémico e pós-pandémico os estudos mostraram uma preocupação com o bem-estar dos teletrabalhadores, a interdependência das tarefas, e a adaptação a novas tecnologias.
Quais os fatores-chave para a implementação na Administração Pública na opinião dos líderes de topo?
Seis fatores-chave para a transição bem-sucedida para um modelo híbrido: comunicação eficaz, relações significativas, motivação baseada na confiança, autonomia contínua, liderança de apoio e equilíbrio trabalho-vida.
O que pensam os Gestores de Recursos Humanos?
- Principais vantagens: incremento da produtividade, melhor conciliação trabalho-família, economia de tempo em deslocações, melhor uso do espaço e maior atratividade no recrutamento.
Principais desvantagens: desligamento emocional, declínio da comunicação e perda de identidade
- Digitalização significativa dos processos de RH com a COVID-19 e que perduram no póspandemia. Preferência por onboarding presencial inicial.
-O perfil ideal de teletrabalhador inclui competências pessoais, instrumentais e interpessoais.
Quais as experiências dos teletrabalhadores antes, durante e após a pandemia?
O teletrabalho antes da pandemia era menos stressante, associado à qualidade de vida.
Durante a pandemia, houve sobrecarga de papéis e medo pela saúde e emprego, que diminuiu após a pandemia, voltando a ser visto como positivo.
Observa-se um processo de aprendizagem e transformação nas culturas organizacionais, beneficiando indivíduos e organizações.