“Free Choices - Estereótipos não fazem o meu género: escolhas vocacionais e profissionais livres de preconceitos”, é um projeto implementado pela UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta e pelo CIEG – Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do ISCSP-ULisboa. É um projeto internacional no âmbito do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu, financiado pelos EEA Grants. O financiamento é operado pela CIG – Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.
Os estudos sobre a existência de estereótipos de género nas escolhas vocacionais e profissionais dos jovens em Portugal são escassos. Este estudo exploratório pretende contribuir para preencher esta lacuna, explorando de forma abrangente a perceção dos jovens sobre os estereótipos de género em relação às características pessoais e às escolhas vocacionais e profissionais e também avaliar a prevalência de estereótipos de género nas suas próprias preferências vocacionais e profissionais.
A recolha de dados obteve 917 respostas, com uma amostra equilibrada em termos de género, a jovens do 3.º ciclo do ensino público em Portugal. Jovens provenientes de 4 regiões: Porto, Lisboa, Évora e Viseu.
Observou-se que 1 em cada 4 jovens considera que atributos como: emoção, simpatia, organização, sinceridade, independência, disciplina, lealdade e timidez são características exclusivas das mulheres e atributos como a agressividade e competição são características exclusivamente dos homens.
A maioria dos jovens identifica ambos os géneros nas diversas profissões questionadas, o que é um resultado importante. Mesmo assim, mais de um terço dos jovens acredita que profissões como personal trainer, profissional de futebol, motorista, piloto e militar são profissões que deveriam ser exercidas exclusivamente por homens. Por outro lado, mais de um terço dos jovens entrevistados acredita que ser profissional de dança, florista ou profissional de maquilhagem são profissões que deveriam ser exercidas exclusivamente por mulheres.
Uma visão preliminar dos resultados permite concluir que a maioria dos jovens acredita que os profissionais não têm gênero, e ambos podem atuar em todas as profissões. Contudo, uma análise mais aprofundada das respostas dos jovens que não responderam “ambas” revela que a seleção ainda está muito enraizada em estereótipos (por exemplo, floristas e veterinários estão mais associados a mulheres e militares ou mecânicos do que a homens).