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Novo capítulo da co-autoria de Maria João Ferreira em obra da Routdledge

12 dezembro 2016

Maria João Ferreira, investigadora do CAPP e docente do ISCSP-ULisboa, é co-autora de um novo capítulo, "Liminality and Migrant Decision-Making  in the Aftermath of the Political and Refugee Crisis in the Mediterranean, 2010-2013".

A investigadora do Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP) e docente do ISCSP-ULisboa Maria João Ferreira é co-autora de um novo capítulo, "Liminality and Migrant Decision-Making  in the Aftermath of the Political and Refugee Crisis in the Mediterranean, 2010-2013", publicado na obra da Routdledge "Understanding Migrant Decisions: From Sub-Saharan Africa to the Mediterranean Region".

A obra organizada por Belachew Gebrewold e Tendayi Bloom inclui vários trabalhos que procuram contribuir para a compreensão das causas e razões subjacentes à crise dos refugiados. A perspetiva geral adotada visa a elaboração de políticas que sejam sensíveis às escolhas pessoais que se encontram na base dos processos migratórios. Os conflitos e a insegurança, as pressões económicas e o desejo de melhores condições de vida constituem apenas alguns dos aspetos relacionados com estas escolhas.

Segundo Maria João Ferreira, "a obra Understanding Migrant’s Decisions: From Sub-Saharan Africa to the Mediterranean Region tenta inverter o objeto analítico dos estudos sobre migrações no contexto mediterrâneo e da África subsaariana. Grande pare da literatura sobre este tema foca-se nas decisões dos países de acolhimento. Esta obra centra-se, ao invés, no contexto económico, político, social e humanitário que condiciona as decisões dos próprios migrantes".

O capítulo “Liminality and Migrant Decision-Making in the Aftermath of the Political and Refugee Crisis in the Mediterranean, 2010-2013” aborda as diferentes narrativas sobre a questão das migrações no Mediterrâneo. O capítulo versa, em particular, sobre as dinâmicas da securitização das questões migratórias e sobre a representação das migrações como ameaças ecológicas para as sociedades ocidentais. Os autores realçam a existência, no contexto da crise migratória no espaço regional do Mediterrâneo e da África subsaariana, da existência de diferentes discursos sobre o fenómeno migratório. O discurso humanista é, de forma crescente, minimizado por um discurso securitário que representa os migrantes como ameaças à segurança dos estados e que propõe a militarização das respostas ao fenómeno migratório.

"Um terceiro discurso constrói os migrantes, não só como ameaças à segurança das sociedades de acolhimento mas, sobretudo, enquanto ameaças à sua existência enquanto comunidades políticas." Neste sentido, acrescenta a investigadora do CAPP, trata-se "de um discurso ecológico pois nega a viabilidade do multiculturalismo e propõe a homogeneização étnica e cultural como resposta às problemáticas das sociedades contemporâneas".

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