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Conhecer e valorizar

8 setembro 2020

Stella Bettencourt da Câmara, coordenadora da pós-graduação em Gerontologia do ISCSP-ULisboa faz uma reflexão sobre este curso que pretende desenvolver competências instrumentais, interpessoais e éticas, para trabalhar com as pessoas idosas, de forma holística e sob a perspetiva do envelhecimento, enquanto processo biopsicossocial que afeta todos, mas é heterogéneo e individual.

Portugal apresenta e apresentará, pelo menos até 2060, uma estrutura populacional envelhecida, ou seja, a população mais velha é superior à população mais jovem. Hoje, existem 161,3 pessoas com 65 e mais anos. Por outras palavras, por cada jovem existem 16 pessoas mais velhas. Em 2060, estima-se que existirão 30 com 65 e mais anos de idade. E por isso, Portugal é, hoje, um dos países mais envelhecidos do mundo e prevê-se que assim continue.

Para esta situação concorrem, duas razões. A primeira, deve-se à baixa da natalidade, nascem cada vez menos crianças e, a segunda, ao aumento da esperança de vida, quer à nascença, quer aos 65 anos de idade, significando que se atingirão idades cada vez mais avançadas.

O envelhecimento demográfico, que deve ser visto como uma das grandes conquistas da humanidade, pois traduz as melhorias alcançadas aos mais diversos níveis (saúde, educação, higiene, trabalho, tecnologia, entre outros), é, muitas vezes, considerado como um “problema social”, não só pelos indivíduos como, também, pela sociedade. Esta perspetiva decorre, da visão negativa que se tem do envelhecimento e da velhice considerados como sinónimos de perdas (em áreas como a saúde, rendimento e papéis sociais).

Viver até cada vez mais tarde, coloca desafios ao indivíduo e à sociedade. Ao indivíduo, porque terá de se adaptar às alterações, biológicas, psicológicas e sociais, que decorrem do processo de envelhecimento. À sociedade, que deverá considerar as alterações individuais na definição de medidas e de políticas públicas e sociais, em áreas, tais como, saúde, educação, família, mercado de trabalho, habitação, respostas sociais, entre outras. Desta forma, possuir conhecimentos em Gerontologia, ciência que estuda as alterações biopsicossociais, faz e fará a diferença numa sociedade cada vez mais envelhecida.

Foi considerando os desafios que o envelhecimento coloca, atualmente e no futuro, que se concebeu este curso de pós-graduação em Gerontologia. Está estruturado em dez módulos, considerando as questões de enquadramento da Gerontologia (Introdução à Gerontologia), as biológicas (Saúde e Funcionalidade), as psicológicas (Envelhecimento Individual e “Acontecimentos de Vida”) e as sociais (Contextos Sociais de Envelhecimento; Estratégias Colaborativas e Envelhecimento na Comunidade; Família e Relações Intergeracionais; Coaching Intergeracional: Ferramentas e Práticas, e Direito e Direitos da População Idosa. Na pós-graduação em Gerontologia foram considerados, também, dois módulos relativos à elaboração e avaliação de projetos dirigidos às Pessoas mais velhas e outro relativo às diretivas nacionais e internacionais no âmbito do Envelhecimento. 

Com esta pós-graduação em Gerontologia pretende-se desenvolver competências instrumentais, interpessoais e éticas, para trabalhar com as pessoas idosas, de forma holística e sob a perspetiva do envelhecimento, enquanto processo biopsicossocial que afeta todos, mas é heterogéneo e individual.

pós-graduação em Gerontologia (6.ª edição) trata-se, assim, de proporcionar formação de nível avançado que desenvolva a capacidade de planificar, gerir e avaliar intervenções com as pessoas idosas, ajustadas e adequadas às suas necessidades, contextos e especificidades.

É um curso dirigido aos profissionais das áreas da saúde e do social, mas também, aos gestores de recursos humanos, arquitetos, juristas, advogados, professores e a todos que queiram obter formação avançada no âmbito do envelhecimento.

⇒ Conheça a 6.ª edição da pós-graduação em Gerontologia.

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